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PETROLEO
El ministro Árabe culpa a EE UU por la crisis del sector.
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ABU DABI - Apesar da queda vertiginosa dos preços do petróleo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não deve reduzir sua produção, disse nesta segunda-feira o ministro de Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail Mazroui. Em conferência em Abu Dabi, Mazroui reafirmou o posicionamento oficial do grupo e culpou o excesso de produção do chamado shale oil, ou óleo não convencional, explorado nos EUA, pelo desequilíbrio no setor.
Durante a fala do ministro árabe, o barril do óleo Brent, negociado em Londres e usado como referência no mercado internacional, recuava a US$ 46, menor preço em seis anos. Desde o pico em junho, o valor da commodity já acumula queda de 60%. Só nas últimas sete semanas, o tombo é de 36%. Desde que o preço do produto começou a cair, países como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, entre os maiores produtores do golfo pérsico, têm sido pressionados a diminuir a produção, para equilibrar oferta e demanda, o que, teoricamente, ajustaria os preços.
— A estratégia não vai mudar — disse Mazroui. — (Ao não reduzir a produção) estamos mostrando ao mercado e aos outros produtores que eles precisam ser racionais e, como a Opep, precisam olhar o crescimento do mercado internacional e entregar a produção adequada a esse crescimento.
O ministro criticou os produtores de óleo não convencional, mas destacou o papel importante que os concorrentes passaram a ter no setor.
— Os produtores de shale oil (óleo não convencional) são muito importantes para a oferta no mercado, e todos precisamos que eles mantenham a produção estável. Então, como eles produzindo quase 4 milhões de barris por dia hoje, acho que qualquer preço que faça o shale oil continuar a ser produzido será um preço justo para os produtores convencionais, seja US$ 60, US$ 70, US$ 80, ou qualquer valor — disse Mazroui.
O posicionamento, decidido na última reunião do bloco de países, realizada em novembro, não é unanimidade entre os membros da Opep. Ao mesmo tempo em que Mazroui defendia a estratégia de não cortar a produção durante a conferência em Abu Dabi, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse em Teerã que os países que estariam colaborando para a queda do petróleo se arrependeriam. Assim como a Venezuela, o Irã tem pressionado os outros membros da organização para cortar a produção, já que está mais vulnerável ao petróleo barato.
“Aqueles que planejaram a queda dos preços contra outros países vai se arrepender dessa decisão. Se o Irã sofre com essa queda, saibam que outros produtores de petróleo, como a Arábia Saudita e o Kuwait vão sofrer mais que o Irã”, disse Rouhani em discurso na TV estatal.
Pressionado a estimar um patamar ideal de preço do petróleo, o ministro dos Emirados Árabes foi evasivo. Mas disse que, a partir do segundo semestre, será mais viável projetar os rumos do setor.
— A História nos mostra que sempre que tentamos prever o que vai acontecer, chegamos a uma resposta errada. O que eu diria é que é improvável vermos uma alta repentina. Vai levar algum tempo. Tudo depende do que vamos ver neste trimestre e no próximo. A primeira metade de 2015 vai nos dar mais dados para prever o que vai acontecer — disse Mazroui.
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